Aos sábados, pela manhã, a cada 15 minutos, tem um cliente que chega à Blade Alfaiataria, no bairro Cruzeiro, zona Sul de Belo Horizonte. Quem conta é Marcelo Blade, 52, que criou a empresa há 20 anos e se especializou no atendimento a noivos. "Maior cliente nosso é o noivo. Tem sábado que recebo quatro noivos", conta o alfaiate de alta-costura. A capacidade da empresa é de fabricar cem camisas, 50 calças avulsas e 50 ternos mensais. "É um artesanato industrial", define Blade, referindo-se aos cortes sob medida dos clientes.
Aos 13 anos, Blade começou a trabalhar com o pai, Hermano, 80, o primeiro alfaiate a ter um ateliê na zona Sul da capital. O pai costurou para os ex-governadores Israel Pinheiro, Rondon Pacheco, lino Pereira, Newton Cardoso, Itamar Franco e Tancredo Neves. "Eu fui criado com essa turma, então, já tenho uma tarimba. Quando vem um cliente desse peso, o que eu indico para ele, está bom", diz.
Na década de 80, Marcelo montou a Blade Runner, de moda masculina, junto com o pai. "Com 26 anos, eu tinha uma indústria que me rendia US$ 1 milhão por mês, aqui em Belo Horizonte", conta. Mas a vontade de ter uma indústria ou e, em 1992, ele abriu a Blade Afaiataria, e não se arrependeu da mudança.
Foi quando montou o serviço de alfaiate a domicílio com o método coreano, de fazer roupas sob medida, sem prova. "Eu peguei o método coreano, que é tirar mais medidas que o normal, e ir ao cliente, o alfaiate a domicílio, e essa foi a alavancada da minha vida", explica Blade, que se define como um marqueteiro.
O sucesso da moda noivo, Blade diz estar no colete, que ele é especialista em criar. "Eu posso fazer um terno cinza, aí eu coloco um colete de outro tom", explica. Blade conta que tem noivos de 32 anos. "Essa é nova geração de empresários que também são os meus clientes", diz, sobre a renovação.
Além do noivo, Blade tem empresários, executivos, jogadores de futebol e profissionais autônomos no portfólio. "Já atendi o presidente do Atlético, Alexandre Kalil, o dono do banco BMG, Ricardo Guimarães, o dono da MRV Engenharia, Rubens Menin, e o dono da Suggar, Lúcio Costa", elenca alguns. São ternos a partir de R$ 2.500 a R$ 7.000. "Quem vem aqui tem um poder aquisitivo muito alto".
Os clientes de Blade são para sempre. É o que acontece com o executivo da Localiza, Cristiano Xavier. Ele estava radiante ao buscar um terno que, só se vê em revista. "Tenho quatro ternos daqui. As pessoas elogiam o corte, e eu me sinto bem", diz o executivo. Xavier acrescenta que a diferença de preços não é tão exorbitante. "Tem lojas que são bem mais baratas, mas aí o corte é pior, a qualidade é pior".
Outra linha de atuação é a gourmet. Marcelo criou a Blade Gourmet há quatro anos. "Fiz um produto para o cliente levar na hora. É um colete/avental com uma modelagem universal e unissex", diz Blade. A produção tem feito sucesso. São 400 aventais por mês que chegam a restaurantes do Brasil inteiro. No Madrid Fusión, que aconteceu na Espanha, em janeiro, Blade foi eleito para produzir as 15 dólmãs dos chefs representantes da culinária mineira.
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