Uma das maiores ONGs britânicas voltadas à saúde masculina tem enfrentado críticas após lançar uma campanha de conscientização sobre câncer de próstata voltada a pessoas trans, não-binárias e intersexo que possuam próstata. A iniciativa gerou polêmica nas redes sociais e entre especialistas, que questionam a clareza da mensagem e o possível efeito sobre o público-alvo tradicional: homens cisgêneros.
Campanha da Prostate Cancer UK amplia escopo de gênero
A organização Prostate Cancer UK afirmou que a campanha tem o objetivo de alcançar todas as pessoas com próstata, independentemente de sua identidade de gênero. Em comunicado oficial, a ONG explicou que pessoas trans e intersexo também podem desenvolver câncer de próstata, e que é necessário incluir esses grupos em ações informativas.
“Toda pessoa com próstata precisa estar atenta”
No material publicitário, a ONG destaca: “Se você tem uma próstata, você pode ter câncer de próstata”. A frase é acompanhada por ilustrações e textos explicativos que mencionam expressamente indivíduos trans e não-binários.
Reações críticas apontam falta de foco
Apesar da intenção inclusiva, a campanha recebeu críticas de usuários nas redes sociais e de grupos médicos. Segundo eles, a linguagem pode causar confusão em homens cisgêneros, que representam a maior parte dos casos da doença e que, em muitos casos, já enfrentam resistência para procurar atendimento preventivo.
Discussão sobre linguagem e saúde pública
“Não se trata de excluir ninguém, mas de priorizar a eficácia da mensagem”, comentou um urologista britânico em entrevista ao jornal. “Se a comunicação não é direta, a prevenção pode falhar.”
ONG defende campanha como “cientificamente precisa”
Prostate Cancer UK reforçou que sua abordagem é baseada em evidências e foi construída com apoio de organizações LGBTQIA+. “Nosso objetivo é salvar vidas, e isso inclui todas as pessoas com risco real de câncer de próstata”, afirmou a entidade.
Transparência e ibilidade
A ONG publicou uma seção de Perguntas Frequentes no site oficial, explicando que, embora a maioria dos pacientes com câncer de próstata sejam homens cis, há casos clínicos documentados em pessoas trans e intersexo. “Ignorar esses grupos seria negligente”, diz o texto.
Campanhas futuras devem ar por revisão
Diante da repercussão, a entidade disse que está aberta a reavaliar a forma de comunicação para garantir que todos os públicos se sintam contemplados e bem informados. Especialistas defendem que a saúde pública precisa equilibrar precisão científica e clareza na linguagem.