Após ser alvo de contestação da gigante farmacêutica Eli Lilly, a clínica americana Begin Anew MedSpa decidiu retirar voluntariamente anúncios com alegações consideradas enganosas sobre um composto com tirzepatida.
O que motivou a denúncia
A queixa foi apresentada ao National Advertising Division (NAD), órgão de autorregulação da publicidade nos Estados Unidos. A Eli Lilly, fabricante do Mounjaro — um medicamento original à base de tirzepatida aprovado pelo FDA — questionou a forma como a Begin Anew promovia sua versão manipulada do princípio ativo.
Entre as alegações feitas pela clínica estavam promessas de “perda de peso rápida e extrema”, benefícios adicionais por conter vitamina B12 e até mesmo a sugestão de que o produto seria aprovado pela FDA — o que não corresponde à realidade para medicamentos manipulados.
Decisão voluntária encerra o caso
Durante a análise, a Begin Anew informou que descontinuaria definitivamente todos os anúncios questionados. Com isso, o NAD encerrou o processo sem analisar o mérito, mas tratou a decisão como se tivesse recomendado a remoção das alegações — prática comum para garantir a integridade do sistema de autorregulação.
Em nota, a clínica declarou que apoia a transparência na publicidade e que preza pela conformidade com os padrões éticos do setor.
Outros casos semelhantes
O caso da Begin Anew não é isolado. Outras clínicas e farmácias americanas também vêm sendo alvo de questionamentos legais e éticos por promover versões manipuladas de tirzepatida com promessas agressivas de emagrecimento — muitas vezes sem respaldo científico ou aprovação regulatória.
A crescente popularização de medicamentos como tirzepatida e semaglutida, usados inicialmente no tratamento do diabetes tipo 2, tem impulsionado um mercado paralelo de compostos manipulados, que nem sempre seguem os mesmos padrões de eficácia e segurança dos produtos originais.
O que diz a legislação
Nos Estados Unidos, o uso de medicamentos manipulados é permitido em situações específicas e sob supervisão médica. No entanto, é ilegal fazer publicidade que sugira equivalência com medicamentos aprovados pelo FDA sem estudos clínicos que sustentem essas alegações.
Por isso, órgãos como o NAD e a própria FDA vêm monitorando de perto essas práticas, especialmente diante do boom do uso off-label para emagrecimento.
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