O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu, neste domingo (10), a presidência do G20, o grupo que reúne as vinte maiores economias do mundo. O Brasil assumirá oficialmente o posto em dezembro, sucedendo a Índia, que recebeu a cúpula do grupo neste fim de semana.

Em seu discurso, Lula anunciou o lema "Construindo um Mundo Justo e um Planeta Sustentável" e anunciou três diretrizes prioridades: combate à fome, transição energética para combater as mudanças climáticas e a reforma das órgãos de governança global.

O presidente anunciou a criação de duas forças-tarefas: a “Aliança Global contra a Fome e a Pobreza” e a “Mobilização Global contra a Mudança do Clima”.

“Precisamos redobrar os esforços para alcançar a meta de acabar com a fome no mundo até 2030, caso contrário estaremos diante do maior fracasso multilateral dos últimos anos”, disse.

O líder brasileiro reforçou a posição de que os países mais ricos precisam financiar as medidas de mitigação das mudanças do clima no planeta, ao dizer que além de vontade política, o tema exige “recursos e transferência de tecnologia”.

Além disso, Lula defendeu maior participação dos países emergentes nas decisões do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI), além de mudanças na Organização Mundial do Comércio (OMC).

“A insustentável dívida externa dos países mais pobres precisa ser equacionada. A OMC tem que ser revitalizada e seu sistema de solução de controvérsias precisa voltar a funcionar”, apontou.

Lula ainda levantou um ponto historicamente defendido pela diplomacia brasileira: a reforma do Conselho de Segurança da ONU, que desde a sua fundação, tem como membros permanentes Estados Unidos, China, França, Reino Unido e Rússia. O Brasil, como outros países, pleiteia uma cadeira definitiva.

“Para recuperar sua força política, o Conselho de Segurança da ONU precisa contar com a presença de novos países em desenvolvimento entre seus membros permanentes e não permanentes”, afirmou.

O presidente brasileiro ainda defendeu que questões geopolíticas não podem “sequestrar” a agenda de discussões do G20. “Não nos interessa um G20 dividido”, completou.

O Brasil sediará a próxima cúpula do G20. O evento ocorrerá no Rio de Janeiro, em novembro de 2024.