Após ter as redes sociais suspensas, o deputado federal eleito Nikolas Ferreira (PL) postou um vídeo em seu canal no Youtube em que nega ter espalhado desinformação. Segundo o vereador de Belo Horizonte, ele apenas solicitou que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) investigue os questionamentos feitos pelo argentino Fernando Cerimedo sobre o sistema eleitoral brasileiro.
Para Nikolas, o TSE quer o calar. "Eles querem calar a minha voz, porque sabem que eu consigo alcançar as pessoas. Não precisam concordar com o que falo, ou gostarem do meu trabalho, mas suspender contas é extremamente perigoso. Você tem um tribunal que está ditando o que as pessoas podem ou não falar", avaliou o parlamentar. "Querem nos amedrontar, colocar medo. O deputado mais votado do Brasil tem medo que vai postar. Alguns estão comemorando, mas nossa liberdade é tirada aos poucos. Primeiro nos tiram as redes sociais, depois o mandato, daqui a pouco é a nossa vida", argumentou.
Nesta sexta-feira (4), Nikolas fez uma série de postagens em suas redes relatando algumas considerações feitas pelo consultor político Cerimedo. O responsável pelo portal de notícias "La Derecha Diario" teria alegado durante uma live que versões anteriores ao modelo 2020 da urna eletrônica não são auditáveis. Vale lembrar que, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as urnas eletrônicas são sim auditáveis e o sistema eleitoral é confiável desde que a urna eletrônica foi implementada no país.
"Se o parlamentar mais votado do Brasil, que tem 1,5 milhões de votos para representar, não pode solicitar que o TSE faça seu trabalho de analisar, a gente não está mais em uma democracia", criticou o vereador que comparou a suspensão de suas contas no Twitter e no Instagram a uma operação policial. "Imagina você que pega aí o seu celular e fala: 'policia, tô vendo alguma coisa aqui na minha rua meio estranha, não sei o que é, você pode vir aqui averiguar?’ e a polícia falar: ‘que averiguar o que, eu vou é te prender’. Olha que loucura isso”, afirmou.
Nikolas tinha quase dois milhões de seguidores no Twitter. No Instagram, ele somava 5,8 milhões. "A gente sabe porque querem me calar, estavam esperando qualquer brecha, porque eu fiquei calado todos esses dias. Eu sabia que o TSE estava de olho em mim para tentar calar a minha voz", pontuou o bolsonarista, que criticou ainda a suspensão de outros perfis de direita das redes sociais, como a do deputado federal eleito, Gustavo Gayer (PL).
Procurado, o Twitter ainda não informou as razões da suspensão da conta do parlamentar. O TSE também não confirmou se fez a solicitação e quais as razões para bloquear a página. Já o Instagram afirmou que não irá se manifestar sobre o caso.
Entenda
Nesta sexta-feira (4), Nikolas fez uma série de postagens em suas redes relatando algumas considerações feitas pelo argentino Fernando Cerimedo, responsável pelo portal de notícias "La Derecha Diario". O consultor político teria alegado durante uma live que versões anteriores ao modelo 2020 da urna eletrônica não seriam auditáveis.
De acordo com Nikolas, ele teria assistido a transmissão "com bastante ceticismo", mas argumentou que as informações deveriam ser apuradas. "Seria legal o TSE averiguar isso. Afinal, ninguém será contrário a mais transparência e esclarecimento sobre as eleições", questionou.
No último domingo (30), logo após a divulgação do resultado das eleições, o Tribunal de Contas da União (TCU) informou que não houve fraude no segundo turno após análise preliminar de 604 boletins de urna, que foram confrontados com as informações divulgadas pelo site do TSE. O TCU realizou a mesma auditoria na votação do primeiro turno e também concluiu que não houve fraude nas urnas.