Um novo estudo científico revelou como o parasita da malária é capaz de se esconder no corpo humano por anos sem ser detectado, permanecendo "adormecido" antes de causar sintomas novamente. A descoberta ajuda a explicar por que algumas recaídas da doença ocorrem muito tempo após a exposição inicial.
O esconderijo silencioso no fígado
Segundo pesquisadores da Universidade da Califórnia, o Plasmodium vivax — uma das espécies que causam malária em humanos — é especialista em se esconder no fígado. Lá, ele entra em um estado dormente chamado hipnozoíto, escapando do sistema imunológico e da maioria dos tratamentos atuais.
Como o parasita engana o corpo
O estudo, publicado pela Medscape, descreve o uso de técnicas avançadas de sequenciamento e modelagem para identificar genes e proteínas específicos que permitem ao parasita se manter inativo e não detectado.
"É como se o parasita entrasse em modo invisível", explica o Dr. John Adams, um dos autores do estudo. "Ele altera seu metabolismo e sinalização celular para evitar que o corpo perceba sua presença."
O que isso muda no combate à malária
A descoberta pode levar ao desenvolvimento de novos medicamentos que visem diretamente esses hipnozoítos, reduzindo significativamente o risco de recaídas em pessoas que já foram infectadas. Hoje, muitos pacientes recebem tratamento que elimina os parasitas da corrente sanguínea, mas não os que estão adormecidos no fígado.
Um desafio global
A malária ainda causa cerca de 600 mil mortes por ano no mundo, principalmente na África, América do Sul e Ásia. A forma latente da doença é uma das razões pelas quais ela persiste mesmo com esforços contínuos de controle e prevenção.
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