O deputado federal Paulo Guedes (PT) culpa a oposição pela queda na popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), cuja desaprovação chegou a 57% - maior marca desde o início do atual mandato. Para o parlamentar, “mentiras” vêm sendo contadas sobre o Executivo federal, como no caso do PIX e da fraude no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Paulo Guedes falou sobre o tema durante entrevista ao programa Café com Política, exibido no canal no YouTube de O TEMPO nesta quarta-feira (11 de junho).
A mais recente pesquisa Genial/Quaest, divulgada semana ada, mostrou que 57% dos brasileiros desaprovam a terceira istração de Lula. Já 40% aprovam o petista. Em março, 56% desaprovavam e 41% aprovavam.
Conforme o deputado federal, apesar da queda da popularidade, o presidente lidera as pesquisas de intenção de voto. Guedes acredita que o momento é ageiro e que as medidas econômicas e sociais que vêm sendo tomadas irão contribuir para a recuperação dos pontos de Lula.
Questionado sobre o que teria causado essa queda, o parlamentar atribui à oposição, que estaria mentindo sobre taxações do PIX e sobre o escândalo envolvendo o INSS, considerando que os descontos indevidos de aposentados e pensionistas se iniciaram em 2019.
“O que o governo Lula fez foi mandar investigar. Então, em um primeiro momento, tem a notícia negativa, depois que as pessoas vão vendo de fato a verdade e a gente tem a oportunidade de esclarecer ponto a ponto do que realmente está acontecendo, as coisas voltam ao normal”, defende.
Para o parlamentar, as medidas favoráveis a serem tomadas pelo governo federal vão viabilizar a reeleição do presidente Lula em 2026, que será a prioridade do Partido dos Trabalhadores. A nível estadual, Guedes apoia a intenção do presidente em lançar o senador Rodrigo Pacheco (PSD) como candidato ao Governo de Minas.
Deputado do PT diz que não é problema Congresso mudar proposta de IOF de Lula
Durante a entrevista, Paulo Guedes ainda afirmou que não acredita que há um cabo de guerra entre o Congresso e o governo Lula quando o assunto são as medidas fiscais. Nesta semana, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou um acordo com o Congresso Nacional para “recalibrar”, como ele disse, o decreto que aumentou a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). As propostas am pelo aumento tributário de bets e do corte de isenções fiscais.
"Eu não vejo nenhum problema em o governo mandar um projeto para o Congresso e o Congresso modificar. Essa é a tarefa do Congresso. Nós tivemos uma reunião fantástica com o presidente da Câmara, o presidente do Senado e vários líderes e ministros, ou seja, já conseguiram uma solução para substituir o IOF. Toda vez que se tem um problema há vontade de dialogar. Tem divergência? Tem, mas (governo e Congresso) estão sentando na mesa, discutindo e as soluções estão aparecendo", avaliou.
Questionado se o Congresso poderia contribuir para um eventual corte de gastos, o deputado do PT disse acreditar que há, sim, um exagero na liberação de emendas, mas, segundo ele, os problemas começaram no governo Bolsonaro. "Eu acho difícil (cortar emendas), mas é preciso ter coragem para discutir isso. Eu acho que houve um exagero no governo Bolsonaro. Era um governo que não tinha ministérios fortes e a Câmara e o Senado se apossaram do Orçamento, diminuindo o poder de investimento dos ministérios. Nós precisamos fazer essa discussão para que esse Orçamento seja, pelo menos, aos poucos devolvido ao Poder Executivo para que a gente tenha políticas públicas organizadas. Isso faz falta no programa 'Minha Casa, Minha Vida', isso faz falta no SUS, na educação, na assistência social e nas grandes obras que o país precisa. É um retrocesso que a gente precisa rediscutir", pontuou.
Direita dividida em 2026
Conforme Paulo Guedes, há um consenso entre a esquerda para a candidatura de Pacheco ao Executivo mineiro, diferentemente do que estaria ocorrendo no campo da direita, que tem diferentes nomes colocados na mesa, como do vice-governador Mateus Simões (Novo) e do senador Cleitinho Azevedo (Republicanos).
Na avaliação do deputado federal, Pacheco tem condições de disputar o cargo pela sua experiência e pela atuação em torno do Programa de Pleno Pagamento das Dívidas dos Estados com a União (Propag). Apesar do senador ainda não ter manifestado publicamente sua intenção de se candidatar, Guedes diz que, nos bastidores, a escolha do nome de Pacheco é praticamente certa. “Se ele quiser ser candidato a governador, terá todo o nosso apoio”, afirma.
Para o parlamentar, a demora de Pacheco em dar um retorno não estaria atrapalhando os projetos da esquerda para 2026. Ele diz que, caso o senador não seja candidato, há outros nomes fortes no estado para disputar o pleito, como do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), e da prefeita de Contagem, Marília Campos (PT).
“A direita está se articulando como? Eles não sabem quem são os candidatos”, diz. “A direita está dividida. O nosso campo, até então, é que está organizado e unido em torno do Rodrigo Pacheco caso ele venha a ser o candidato. Se ele não quiser ser candidato, nós temos vários nomes para discutir: o partido tem nome e nosso campo aliado tem outros nomes que podem ser colocados”, afirma.