BRASÍLIA - O governo Lula deve realizar uma cerimônia para pedir desculpas, oficialmente, às famílias desaparecidos pela ditadura militar no Brasil. De acordo com o Ministério de Direitos Humanos e Cidadania, que organiza o evento, 414 famílias já manifestaram interesse em participar. A data ainda não foi definida.
Os familiares dos desaparecidos também devem receber certidões de óbito retificadas, indicando a morte “não natural; violenta; causada pelo Estado Brasileiro no contexto da perseguição sistemática à população identificada como dissidente política do regime ditatorial instaurado em 1964”. A atualização nos documentos foi determinada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Aproveitando o sucesso do filme “Ainda Estou Aqui”, de Walter Salles, uma das famílias convidadas foi a de Rubens Paiva, ex-deputado assassinado pelo regime militar e retratado no filme. Os familiares já informaram que querem receber a nova certidão, junto às demais famílias.
O filme “Ainda Estou Aqui” vem ganhando fama no mundo todo e foi indicado no Oscar nas categorias de Melhor Filme e Melhor Filme Estrangeiro. Fernanda Torres, que no filme retrata Eunice Paiva, esposa de Rubens Paiva, disputa a estatueta de Melhor Atriz.