BRASÍLIA – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demitiu nesta terça-feira (25) a ministra da Saúde, Nísia Trindade. O atual ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, irá assumir o posto. 

O presidente cobrava Nísia pela falta de uma marca forte na gestão da pasta, como foram os programas Mais Médicos e o Farmácia Popular, em istrações anteriores do petista. Além disso, avaliou que faltava força para gerir crises da área. 

Em março de 2024, o presidente Lula chegou a cobrar que Nísia Trindade "falasse grosso". A pasta enfrentava desafios, incluindo a necessidade de combater fake news e demonstrar a eficácia de sua gestão em áreas como o combate a doenças como a dengue (que aumentou) e campanhas de vacinação. 

Na ocasião, a ex-ministra respondeu que não precisaria alterar sua postura para ser respeitada. Outro ponto que incomodou Lula foi o fato de Nísia não conseguir alavancar o “Mais o a Especialistas”, lançado em abril do ano ado, para reduzir a fila do Sistema Único de Saúde (SUS). O PT acreditava que essa podia ser uma “marca” da gestão.

Com a popularidade do presidente em baixa, também pesou a pressão do Centrão por mais ministérios. O da Saúde era um dos mais almejados por causa da visibilidade e do Orçamento – R$ 239,7 bilhões só neste ano. 

Leia, na íntegra, a nota do Planalto sobre a troca na pasta: 

"O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu na tarde desta terça-feira, 25 de fevereiro, com a ministra da Saúde, Nísia Trindade.

Na ocasião, comunicou a ela a substituição na titularidade da pasta, que ará a ser ocupada pelo atual ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, a partir da posse marcada para a quinta-feira, dia 6 de março.

O presidente agradeceu à ministra pelo trabalho e dedicação à frente do ministério". 

Alexandre Padilha já esteve à frente da Saúde

Médico infectologista, Padilha foi titular do Ministério da Saúde entre janeiro de 2011 a fevereiro de 2014, durante o governo de Dilma Rousseff (PT). Na época, ele deixou o cargo para concorrer ao governo de São Paulo nas eleições de 2014. Ele ficou em terceiro lugar na disputa, que teve o hoje vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) como vitorioso. 

O nome de Alexandre Padilha foi defendido pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, seu amigo de longa data. Padilha atuou como secretário municipal de Saúde de 2015 a 2017, durante a gestão de Haddad na Prefeitura de São Paulo. A escolha de Lula também foi interpretada como uma vitória para Haddad.

O chefe da equipe econômica do governo “venceu” o ministro Rui Costa (Casa Civil), que buscava emplacar outros nomes para a pasta - entre eles o de Arthur Chiodi, que foi sucessor de Padilha na saúde na época de Dilma Rousseff. O ex-ministro também preferiu permanecer como presidente da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).